GALERIA

Local: São José dos Campos, SP
Construção: 80 m²
Terreno: 5.813 m²

Suspensa sobre pilotis esbeltos, a casa para hóspedes pousa no aclive como um pavilhão mínimo: estrutura metálica aparente em aço corten, cobertura plana e planos de vidro que deslizam para filtrar a luz. O balanço generoso e o beiral profundo desenham uma sombra precisa que estende o interior sobre a paisagem, convertendo a varanda em mirante.

O partido implanta o programa em um único volume elevado para liberar o solo e preservar a encosta. O sistema seco e a leveza da estrutura reduzem movimentação de terra e permitem fundações pontuais, minimizando impacto no bosque. A transparência das fachadas e as aberturas altas favorecem ventilação cruzada; o beiral e os painéis translúcidos regulam o ganho térmico ao longo do dia, produzindo um interior banhado por luz homogênea e difusa, sem renunciar à vista do vale.

No interior, o pavilhão, cuja grelha modular do aço organiza o espaço com disciplina quase industrial, mantém a mesma ética de precisão e leveza. O teto de concreto aparente, ritmado por painéis, pousa sobre caixilhos delgados em tom corten; aberturas em ambos os lados garantem luz homogênea ao longo de todo o dia. A varanda envidraçada transforma a linha de guarda-corpo em horizonte doméstico: o vale se torna o pano de fundo constante.

Trata-se de uma arquitetura que abraça o lugar sem competir com ele: um abrigo claro, racional, desenhado para o clima e para o tempo. A linguagem é contemporânea, mas herda a precisão dos pavilhões modernistas — honestidade estrutural, modulação, economia de meios — atualizada por uma ética de baixo impacto. Entre o rigor do detalhe e a leveza do gesto, a casa transforma o desnível em qualidade espacial e faz da copa das árvores o primeiro plano de morar.

Local:São José dos Campos, SPÁrea Construída:80 m²Área do Terreno:5.813 m²Equipe de Arquitetura:Pedro Cornetta, Renan Antiqueira, Eduardo Jodar, Gabriel Pazeti